
A anta (Tapirus terrestris) é o maior mamífero terrestre da América do Sul e um animal frequentemente subestimado. No Brasil, “anta” é utilizado como xingamento e ainda enfrenta diversas ameaças. Venha conhecer mais sobre esta espécie fascinante!
Quantas espécies de anta existem?
Ao redor do mundo, vivem cinco espécies de anta: uma na Ásia, uma na América Central e três na América do Sul. No Pantanal, é possível avistar com certa facilidade a anta-brasileira (Tapirus terrestris), caminhando pelos campos abertos.
Onde a anta habita?
A anta-brasileira (Tapirus terrestris) é oficialmente reconhecida como parte integrante de quatro biomas: Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Atualmente, a maior especialista em antas do mundo, Patrícia Medici, e sua equipe encontraram antas na Caatinga, bioma em que a espécie era considerada extinta desde 2012.
Características das antas
A anta é um ungulado (mesma ordem dos equinos, como cavalos e zebras) não-ruminante. As fêmeas são maiores que os machos, apresentando entre 180 a 300 kg. Ela tem aproximadamente um metro de altura e atingem até dois metros de comprimento quando adultas.
Possui um focinho alongado e flexível, que facilita a obtenção de folhas e frutos. É herbívora, necessitando consumir grandes quantidades de frutos para se manter ativa. A anta forrageia principalmente à noite e pode ser vista com mais facilidade a partir do crepúsculo, por volta das seis horas da tarde.
Sua pelagem é curta e densa, sendo que os filhotes apresentam manchas brancas, que vão sumindo conforme envelhecem, até ficarem todo marrons. Apesar da aparência desajeitada, a anta é muito ágil na água.
Reprodução
As antas são solitárias na maior parte do tempo. Podem ser vistas em bandos de até três indivíduos, geralmente um macho e uma fêmea, na época de reprodução, e um filhote.
A gestação de um filhote leva entre 13 e 14 meses, gerando um único filhote. Em 2021, foi registrado pela primeira vez o nascimento de filhotes gêmeos na natureza, na Mata Atlântica, na RPPN Trápaga, em São Miguel Arcanjo, São Paulo.
Os machos copulam com várias fêmeas e não auxiliam no cuidado do filhote. Os filhotes permanecem com a mãe por um período de até dois anos.

Registro inédito de filhotes gêmeos na natureza – Imagem: Hiago Ermenegildo/Instituto Manacá
Alimentação
As antas são herbívoras. Elas precisam de alimentar muito para sustentar seus mais de 200 kg. Folhas, frutos, cascas de árvore e até alguns galhos estão entre as preferências alimentares da anta. Por este motivo, são consideradas jardineiras da floresta. Suas fezes são carregadas de sementes que ajudam na dispersão e repovoamento das florestas.

Foto: Gustavo Figueirôa
Ameaças
Apesar da importância crucial que a anta tem no ecossistema, a espécie é considerada “Vulnerável” pela Lista Vermelha da IUCN e também pela Lista Nacional do ICMBio.
Os principais desafios que a espécie enfrenta são a perda e a fragmentação de hábitat, a caça por retaliação e interesse em seu couro e o atropelamento em rodovias.
Referências
https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/mamiferos/anta
https://oncafari.org/especie_fauna/anta/