Miranda

Conhecida como o paraíso do Pantanal, Miranda atrai milhares de turistas anualmente. Já no caminho de acesso à região, é possível perceber o motivo de tamanha atração: rebanhos de gado, revoadas de araras-azuis, vegetação típica do cerrado, milhares de jacarés, aves e tuiuiús reunidos em um cenário digno de filme de aventura.

Galeria de imagens

Características naturais

O território de Miranda delimita-se da seguinte maneira: ao norte, o pantanal de Abobral; ao sul, as florestas chaquenhas do município de Porto Murtinho; a leste, o pantanal de Aquidauana; e a oeste, a Serra da Bodoquena e o pantanal de Nabileque.

Quanto à vegetação, é possível notar três principais tipos: savanamata e campo. Aqui, aparecem em forte concentração o Carandá (Copernicia alba) e, especialmente, o Paratudo (Tabebuia caraiba), formando os famosos paratudais.

Sobre os tipos de solo, os mais presentes são: limo-argilosos e arenosos, com maior frequência do primeiro tipo. Por essa razão, várias espécies forrageiras que faltam em outras áreas do Pantanal, podem ser encontradas nesse território. Os campos limpos de Miranda apresentam boas espécies forrageiras, havendo também presença considerável de espécies menos palatáveis na pastagem.

 

Relação entre a fauna pantaneira e o ecoturismo

Por suas condições naturais favoráveis, Miranda apresenta uma rica biodiversidade de fauna, o que influencia consideravelmente no turismo da região. Um dos principais motivos para que haja milhares de turistas por ano na área, é a grande estrutura de ecoturismo e a facilidade para observação de vida selvagem.

Muitos hotéis e pousadas funcionam em grandes fazendas, como o nosso parceiro Refúgio Ecológico Caiman, e oferecem uma infinidades de atividades ecológicas para que o hóspedes possam ter um contato mais íntimo com a natureza. Entre essas atividades, estão: cavalgadas, trilhas, safáris fotográficos e etc.

Cada estação do ano traz uma certa peculiaridade aos animais que podem ser observados. A época das cheias, por exemplo, vai de dezembro a março e é marcada pelas chuvas intensas, que alagam parte do Pantanal. Durante o período, as temperaturas são mais altas que o normal, tornando-se ideal para se observar as aves. Os mamíferos são mais raros, pois fogem das águas e se escondem nas partes mais altas, chamadas cordilheiras.

Já entre julho e setembro, que é época de seca, a região é transformada em uma área de pastagens imensas. Por isso, o período é ideal para observar mais de perto os mamíferos. Sem contar que em agosto, pouco antes do início da primavera, as árvores começam a florescer, deixando os cenários ainda mais bonitos.

O período intermediário entre a cheia e seca, que vai de abril a maio, é marcado pela formação de lagoas e poças de água que abrigam algumas das mais de 260 espécies de peixes (dourados, pintados, pacus, piranhas, traíras), proporcionando o aparecimento de seus predadores, como aves e jacarés.

 

Esforços de conservação da fauna

Por abrigar grande parte das espécies típicas pantaneiras, em Miranda concentram-se também os principais projetos de conservação do Pantanal. Entre eles, podemos destacar alguns trabalhos incríveis:

Projeto Arara-Azul

Fundado em 1990 e coordenado pela Dra. Neiva Guedes, o projeto monitora os ninhos de arara-azul grande para obter dados sobre a espécie. Como resultado deste lindo trabalho, podemos apontar a retirada desse animal da lista de espécies ameaçadas de extinção e promoção da recuperação dos números da espécie para todo o Pantanal, tornando a ave um símbolo da resistência pantaneira.

Projeto Onçafari

Pioneiro no Brasil, o Onçafari promove a conservação no Pantanal por meio de um safári fotográfico diferenciado, onde os animais não perdem suas características selvagens, mas deixam de enxergar os veículos como uma ameaça. A iniciativa de ecoturismo responsável proporciona fonte de renda para proprietários e habitantes da região, aliando práticas sustentáveis ao progresso social, desmistificando a onça-pintada e promovendo esforços para a sua conservação dentro das propriedades pantaneiras, situadas em Miranda.

Projeto Papagaio Verdadeiro

Coordenado pela zootecnista Gláucia Seixas, Mestre em Ecologia e Conservação, o projeto busca e divulga informações sobre o Papagaio Verdadeiro desde 1997. Também tem como objetivo criar registros desses pássaros e avaliar o impacto da ação humana na espécie, uma das mais visadas pelo tráfico ilegal de animais.