Existem no Pantanal pelo menos 3.800 espécies, sendo 2.500 espécies de plantas, 650 de aves, 124 de mamíferos, 98 de répteis, 60 de anfíbios e 386 espécies de peixes de água doce, sendo que algumas delas em risco de extinção.
Alguns animais encontrados no Pantanal
Tuiuiú
(Jabiru mycteria)
É a maior ave capaz de voar do Brasil, podendo alcançar 1,60 m de altura e uma envergadura de até 3 m. Essa “cegonha” pode ser encontrada desde o Sul do México até o norte da Argentina, mas tendo 50% de sua população presente no Brasil, principalmente na planície pantaneira.
Onça-pintada
(Panthera onca)
Esse felino está no topo da cadeia alimentar do Pantanal e do Brasil, tendo um cardápio extremamente variado, como capivaras, jacarés, queixadas, antas e cutias entre outros. É a rainha das matas, considerada o terceiro maior felino do mundo, e o maior das Américas, é a única espécie presente do gênero Panthera no continente. As populações mais concentradas da espécie ficam no Pantanal.
Jacaré-do-pantanal
(Caiman yacare)
O Jacaré-do-Pantanal é considerado um dos maiores predadores das águas do Pantanal. É uma espécie que habita áreas alagadas da Bolívia, Pantanal, Paraguai e Argentina, sendo uma espécie que já sofreu bastante com a caça ilegal por conta de seu couro, e agora sofre por sua carne.
Essa espécie pode atingir cerca de 3 m de comprimento, mas apesar do tamanho, ainda é menor e menos agressivo que o Jacaré-açu (Melanosuchus niger) da Amazônia. O Jacaré-do-Pantanal é considerado um dos maiores predadores das águas do Pantanal. Se alimenta de vários animais, como peixes, aves, mamíferos, moluscos e até mesmo outros répteis
Tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla)
Esse grande mamífero pode chegar a medir em torno de 2 m de comprimento e pesar cerca de 45 kg. Um pouco lento, mas que ao se sentir ameaçado se levanta, mostrando as garras e assim, afugentando uma ameaça.
Sua principal fonte de alimento são formigas e cupins, que ele consegue pegar graças às suas longas garras, que facilitam para que esse animal consiga quebrar cupinzeiros e cavar formigueiros, e seu longo focinho que comporta uma língua comprida e pegajosa, facilitando a captura dos insetos. Um tamanduá-bandeira pode comer cerca de 30 mil formigas e cupins por dia.
Arara-azul-grande
(Anodorhynchus hyacinthinus)
Considerada a maior espécie de arara em todo o mundo, podendo atingir cerca de 98 cm de comprimento e pesar em torno de 1,3 kg. Graças aos esforços do Projeto Arara Azul, a espécie subiu uma posição no grau de ameaça da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, passando de “Em perigo” para “Vulnerável”
Pode ser encontrada principalmente no Pantanal abrangendo o Pantanal Boliviano, Paraguaio e Brasileiro, além de alguns estados ao norte do Brasil, como Amazonas e Pará. E há registros nos estados do Maranhão, Bahia, Piauí, Tocantins e Goiás.
Possui alimentação especializada em frutos de palmeiras, por isso no Pantanal essa espécie se alimenta principalmente de coquinhos bocaiúva (Acrocomia totai) e acuri (Schelea phaleata).
Uma curiosidade acerca da reprodução, é que no Pantanal, cerca de 90% dos ninhos desta ave se encontram em uma única espécie de árvore, o Manduvi (Sterculia apetala). A Arara-azul-grande passa boa parte da sua vida em casal.
Ariranha
(Pteronura brasiliensis)
Possui uma extensa distribuição geográfica do Pantanal à Amazônia, mas o Pantanal é uma das maiores áreas de ocorrência da espécie. Seu Estado de Conservação é considerado “Em perigo” pela IUCN.
Medem em média 1 m de comprimento, podendo chegar até 2 m e pesam em torno de 22 kg, mas alguns machos (que geralmente são maiores) podem alcançar a incrível marca de 34 kg. Se alimentam principalmente de peixes, mas também podem se alimentar de algumas aves, pequenos mamíferos, répteis e até alguns invertebrados.
Vivem em grupos que podem variar de tamanho de acordo com a região, podendo ter de até 20 indivíduos, formados por um casal dominante. O bando constrói locas para usar como abrigo, latrinas para deposição de fezes e urina e os campsites que são locais para descansarem e marcar território dentro da sua área de caça.
Sucuri-amarela
(Pteronura brasiliensis)
Sua ocorrência se dá do Pantanal até a região sul do Brasil, mas também pode ser encontrada no Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai. Seu Estado de Conservação é pouco preocupante na Lista Brasileira, mas para o estado do Rio Grande do Sul é vulnerável segundo a IUCN.
Essa espécie pode atingir cerca de 4 m, sendo as fêmeas maiores do que os machos, podendo pesar cerca de 50 kg. Alimenta-se principalmente de peixes, aves e mamíferos de pequeno a médio porte, como, por exemplo, as capivaras).
São animais solitários, mas na sua época reprodutiva formam uma espécie de bola onde vários machos se enrolam em uma única fêmea, e esse encontro normalmente ocorre na água, podendo durar um longo tempo, e normalmente vence o maior macho, sendo ele a se acasalar com a fêmea.
Cervo-do-pantanal
(Blastocerus dichotomus)
A espécie possui uma grande área de abrangência, do sul da Amazônia, um pedaço da caatinga e do Cerrado e também nos Pampas, além do Brasil também se encontra no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Seu Estado de Conservação é considerado vulnerável pela IUCN.
Considerado como o maior cervídeo da América Latina, as fêmeas são menores que os machos, que, possuem chifres ramificados e podem pesar até 130 kg. São animais herbívoros que se alimentam de macrófitas (plantas aquáticas) de folha larga, gramíneas e leguminosas. De hábitos normalmente solitários, mas podem formar pequenos grupos.
Uma adaptação marcante que permite a esses animais permanecerem por longos períodos na água é uma membrana protetora em seus cascos, que facilita a locomoção deste animal nas áreas alagadas.
Surucucu-do-pantanal
(Hydrodynastes gigas)
Espécie encontrada do leste da Bolívia, até o sul do Brasil, Paraguai e Argentina. Seu estado de conservação é considerado como Pouco Preocupante de acordo com o ICMBio.
Uma serpente de grande porte, podendo alcançar 3 metros de comprimento. Alimenta-se de peixes, pequenos mamíferos e até mesmo outras cobras. Outro nome popular dessa espécie é Boipevaçu, com origem na língua Tupi, sendo ‘boipeva’ cobra chata, pois ela possui um comportamento defensivo de achatar seu pescoço e ‘açu’ de grande, pelo seu tamanho robusto.
Dourado
(Salminus brasiliensis)
É um peixe de água doce, com ocorrência principalmente na Bacia do Prata, com outras ocorrências na Bacia do São Francisco, Rio Magdalena, Rios do Peru e da Bacia Amazônica.
Seu nome se dá pela coloração predominantemente dourada, amarelada, com as nadadeiras alaranjadas. O Dourado é o maior peixe de escama da Bacia do Prata, podendo medir em torno de 1 m e pesar 25 kg, sendo conhecido como rei do rio. Se alimentam principalmente de pequenos peixes, nadam em cardumes e realizam extensas migrações reprodutivas.
Quer saber mais informações sobre estes animais? Leia o nosso blog sobre.
E quando o assunto são flores? Também há várias no Pantanal incluindo bromélias, samambaias, orquídeas, aguapé, ipê, etc.
Aves migratórias Pantanal
O Pantanal é também um ótimo destino para aves migratórias. Conheça alguns deles.
Maçarico-do-campo
(Bartramia longicauda)
A ave, que costuma fazer seus ninhos e se reproduzir na América do Norte, migra em direção aos ecossistemas campestres após a fase de reprodução. Assim como muitas espécies, pode ocorrer no Pantanal apenas como uma ave migratória ou como residente durante o inverno.