Como você já sabe, a Expedição Pantanal 2019 foi um verdadeiro sucesso! Nossa equipe passou 25 dias visitando os principais projetos de conservação e pontos de ecoturismo da região. Dessa forma, buscamos aproximar laços e auxiliar na promoção do desenvolvimento sustentável do Pantanal. Ao todo, foram mais de 5.000 km percorridos por terra. Mais de 600 km percorridos por rios. 11 municípios, 20 empreendimentos ecoturísticos e 11 projetos de conservação visitados!
Após a passagem pelo Rio Negro, seguimos nosso roteiro rumo ao Refúgio Ecológico Caiman, na cidade de Miranda/ MS. A bordo do veículo fornecido pela Fundação Toyota do Brasil, foi possível transportar toda a nossa equipe e todos os equipamentos com bastante conforto.
Refúgio Ecológico Caiman
O Refúgio Ecológico Caiman é um oásis bem no meio do Pantanal! O complexo é formado pela Pousada Baiazinha, Pousada Cordilheira e o Complexo Sede, garantindo o máximo de conforto e uma excelente experiência de estadia aos turistas que passam por lá.
A dinâmica do Refúgio é baseada em um ciclo sustentável, que envolve pecuária, produção de conhecimento e ecoturismo. Trabalhar a visibilidade do bioma para o mundo e fortalecer a relação entre esses três pilares é o que motiva os gestores da Caiman.
A pecuária faz parte do modo de vida pantaneiro. É o negócio que sustenta a propriedade e garante a evolução da região. As técnicas de manejo de gado e da natureza utilizadas no local, dão continuidade a uma tradição de mais de 250 anos e protegem os pulsos de inundação entre as estações de seca e cheia.
A geração de conhecimento é de grande valor na busca da compreensão e manutenção da biodiversidade local, atuando fortemente na educação ambiental. Já o ecoturismo, contribui de forma bastante positiva à conservação do bioma. Oferece novas oportunidades de emprego, aumenta a qualidade de vida dos pantaneiros, além de valorizar o meio ambiente, seu povo e tradições.
Para proporcionar experiências únicas de ecoturismo, o Refúgio Ecológico Caiman abriga pontos de atuação do Projeto Arara Azul e Onçafari, que viabilizam a observação de araras, onças-pintadas e outros animais da fauna pantaneira.
Projeto Arara Azul
Nós chegamos ao Refúgio Ecológico Caiman no dia 10/10, ao entardecer. Descansamos durante a noite e, no dia 11/10, saímos bem cedo para acompanhar o trabalho do Instituto Arara Azul. Os esforços do Projeto são, principalmente, para montar e monitorar ninhos artificiais de araras, auxiliando na conservação da espécie pelo bioma.
Na ocasião, os incêndios que assolaram o Pantanal haviam acabado há pouco tempo (menos de um mês). Logo, muitos ninhos haviam sido perdidos e o cenário ainda estava um pouco devastador. Neste dia, saímos junto com um grupo de hóspedes estrangeiros e fomos guiados pelas profissionais Fernanda Fontoura e Ana Cecília Lourenço, que nos levaram para conhecer os ninhos sobreviventes do desastre.
Durante toda a manhã, nós acompanhamos bem de perto o trabalho realizado por elas. Pudemos parar em alguns ninhos e, em cada um, as profissionais subiam para verificar o estado de saúde dos filhotes, além de medir o tamanho dos ovos. Por sorte, havia um filhote já grande em um dos ninhos, então elas puderam descer o animal, fazer a biometria e todos os exames para o check-up de saúde geral. Com isso, conseguimos aprofundar ainda mais nosso conhecimento sobre a espécie. Foi uma experiência magnífica!
Onçafari
No mesmo dia, já durante a tarde, nós também tivemos a oportunidade de acompanhar mais a fundo o trabalho desenvolvido pelo Onçafari. Por meio do ecoturismo de safári, eles promovem a conservação da fauna e habitats lá no Refúgio Ecológico Caiman.
Após o almoço, nós encontramos o fotógrafo de natureza Donal Boyd e sua equipe (BTS). A partir de então, eles seguiram conosco fotografando as belezas do Pantanal. Os registros geraram uma incrível exposição artística, que auxiliou na captação de recursos para o SOS Pantanal e o próprio Onçafari.
O primeiro passo na saída para observação de onças-pintadas é a busca pelos animais. Por meio dos rádio-colares e antenas de VHF, os profissionais do Onçafari conseguem rastrear as onças monitoradas, levando o grupo de observadores aos locais mais adequados para vê-las. No final da tarde, conseguimos obter sinal do colar colocado no pescoço da Fera (nome dado a uma onça fêmea monitorada pela equipe). Então, partimos no carro de safári ao encontro do felino. Chegando lá, pudemos observar a onça-pintada com um de seus filhotes e fizemos registros incríveis!
No outro dia, bem cedinho, saímos novamente em busca da Fera. A vimos já com outro filhote, nomeado de Céu. Foi um avistamento bastante especial, pois a equipe do Onçafari nunca havia visto o filhote a luz do dia, assim de pertinho. Apenas por meio das câmeras traps (armadilhas fotográficas espalhadas pelo Refúgio). Tivemos a honra de vê-lo pela primeira vez e conseguir os primeiros registros profissionais do animal.
No último dia, antes de partir, conversamos com a Luciana Fabri, gerente das pousadas do Refúgio Ecológico Caiman. Ela nos contou um pouco sobre a experiência de gerir um local tão único, belo e desafiador ao mesmo tempo. A Luciana é um exemplo de mulher, que presta atenção em cada detalhe para que a experiência de todos os visitantes da fazenda seja única. Também falamos com a Júlia.
Confira o vídeo completo dessa fase em nosso canal do Youtube:
Após a visita ao Refúgio Ecológico Caiman, que foi rápida mas extremamente produtiva, seguimos o roteiro da Expedição Pantanal rumo ao Refúgio da Ilha. Mas essa experiência você confere em nosso próximo texto. Fique ligado em nossas redes sociais!