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Como são treinadas as Brigadas Pantaneiras?

Por 23 de julho de 2021fevereiro 8th, 2022Notícias

Com certeza vocês estão acompanhando a nossa equipe, em parceria com o IBAMA e o Corpo de Bombeiros, durante esses quase um mês e meio, treinando dezenas de brigadas de incêndio voluntárias Pantanal afora, certo?

Mas o que você pode não saber é como são feitos esses treinamentos. Vem com a gente que vamos explicar.

 

Brigadas combatendo fogo na Fazenda Novo Horizonte. Foto: Gustavo Figueiroa

 

Mas a SOS Pantanal tem competência técnica para capacitar brigadistas?

Não, não temos! Justamente por isso nunca trabalhamos sozinhos. 

Quem realizou os treinamentos no Mato Grosso foram bombeiros militares da reserva, cadastrados como instrutores e no Mato Grosso do Sul foi o IBAMA Prevfogo, grandes especialistas em combates de incêndios florestais. A SOS Pantanal além de ser a responsável por viabilizar logisticamente e organizar todos os treinamentos, equipou todas as brigadas para o combate ao fogo, forneceu equipamentos de proteção individual para os voluntários, acompanhou e documentou cada um desses momentos.

 

Brigadas combatendo fogo na Fazenda Novo Horizonte. Foto: Gustavo Figueiroa

 

Quem participou das capacitações?

Participaram dos treinamentos funcionários de fazendas e moradores das comunidades tradicionais do Pantanal e entorno.

 

Brigadas combatendo fogo na Fazenda Novo Horizonte. Foto: Gustavo Figueiroa

 

Como foram escolhidos os locais para receber as brigadas?

Os locais foram escolhidos baseados na ocorrência histórica de focos de incêndio no bioma, assim como possuírem uma estrutura mínima de organização. Nos casos das brigadas comunitárias, o critério foi terem uma associação (com CNPJ) e estrutura física mínima para receber e armazenar os equipamentos.

 

Instrução de manuseio de equipamentos na brigada da comunidade PA Quilombo. Foto: Gustavo Figueiroa

Como foram realizadas as capacitações?

Foram realizadas 15 capacitações durante essa expedição (algumas simultaneamente) todas acompanhadas pela nossa equipe. Isso quer dizer que em diversos momentos nossa equipe se dividiu para que mais brigadas pudessem ser treinadas ao mesmo tempo e, o mais importante, em mais locais.

Em cada uma das brigadas os treinamentos duraram 3 dias com a duração de 8h por dia, divididos em 2 etapas: a primeira teórica e a segunda prática.

 

Brigada preparada para iniciar o fogo controlado na Fazenda Novo Horizonte. Foto: Gustavo Figueiroa

Parte 1: Teoria – O que é discutido na parte teórica?

Na parte teórica do treinamento são discutidas questões como o comportamento do fogo, combate a incêndios florestais, como realizar a organização da equipe, organização da comunidade, logísticas, legislação referente a queimadas,  técnicas de prevenção a incêndios, combate direto e indireto do fogo, dentre outras coisas. 

Essa primeira etapa, que tem a duração de um dia e meio mais ou menos, é muito importante para que os brigadistas adquiram conhecimentos básicos para um combate mais eficiente e seguro. Tudo o que eles aprendem aqui na teoria, depois vai ser posto em prova na prática.

 

Aula teórica na brigada da comunidade de São Pedro de Joselândia. Foto: Gustavo Figueiroa

 

Parte 2: Prática – O que é trabalhado na parte prática?

A parte prática, que começa no segundo dia, é quando todos os ensinamentos vão sair do papel para a vida real. 

Nesse momento são apresentados aos brigadistas os equipamentos a serem utilizados em cada etapa da prevenção, combate ou fogo controlado, assim como a maneira correta de utilização de cada um deles, velocidade correta de utilização, posição adequada, dentre outros fatores.

Também é nessa hora que os tanques pipas são apresentados, assim como seu correto manuseio, tanto no combate, como para a preparação de aceiros frios.

Falando em aceiros, é nessa etapa que são ensinadas as técnicas e ferramentas corretas para abrir cada tipo de aceiros. Qual é o melhor jeito de absorver tudo? Fazendo aceiros na prática.

O treinamento de checagem de equipamentos e equipe ocorre normalmente neste segundo dia, também. Essa é uma etapa fundamental para garantir a segurança de todos os brigadistas e precisa estar bem afiada com a equipe.

Pode ainda haver um treinamento de interpretação do fogo, que consiste em atear uma pequena linha de fogo e observar o seu comportamento. O objetivo dessa ação é traçar melhores estratégias de combate para cada situação específica.

 

Treinamento de técnicas de Atendimento Pré Hospitalar (APH) na brigada da fazenda São Francisco do Perigara. Foto: Gustavo Figueiroa

 

Combate ao fogo

No último dia acontece o tão esperado combate ao fogo real. Isso mesmo, para realizar combates ao fogo de maneira efetiva e segura, somente a teoria não é suficiente. É necessário um treinamento prático. 

Para isso, uma área devidamente preparada, pelos próprios brigadistas, recebe o fogo de maneira controlada. 

Esse é o momento de colocar em prática tudo que foi exaustivamente trabalhado na parte teórica. 

Todos os brigadistas, devidamente equipados, partem para o combate direto ao fogo utilizando todos os equipamentos e técnicas que os foram apresentados anteriormente.

 

Combate na aula prática na brigada da Fazenda Porto Cyriaco. Foto: Frico Guimarães

 

Fogo controlado, contagem de equipamentos e equipe feita, prontinho… Mais uma turma de brigadistas voluntários formada.

 

E ai? Ficou com alguma dúvida? Manda pra gente!

 

Texto por Fernanda Sá