Que o Pantanal é repleto de belezas naturais e atrai de turistas do mundo inteiro, não é novidade. Mas além do ecoturismo, há uma festa tradicional que vem ganhando cada vez mais atenção dos visitantes: as batalhas medievais!
O evento, que é listado como Patrimônio Imaterial da Cultura Pantaneira, ocorre junto da Festa de São Benedito, durante o mês de junho. E, segundo José Paulo Trave, secretário adjunto de cultura do estado, a festa – também conhecida como cavalhada – impacta de forma muito positiva os setores hoteleiro e gastronômico, contribuindo na geração de empregos e renda. “É um momento maravilhoso, tradicionalíssimo, e a gente precisa se esforçar para manter essas raízes e essa tradição”, afirma ele.
A HISTÓRIA DA CAVALHADA
O evento, que acontece em Paconé (MT), chegou ao Pantanal por volta de 1769. Originalmente, celebrava a exibição de sagacidade e coragem da aristocracia diante do povo, com grandiosos espetáculos públicos. A ideia era encenar e relembrar as disputas entre cristãos e mouros, que ocorreram quando o exército muçulmano tentou invadir a França, após conquistar Portugal e Espanha.
No entanto, os moradores esqueceram um pouco a tradição, e a festa já não era mais comemorada entre os anos 1956 e 1990. Mas com a ajuda de moradores locais, ela foi resgatada! “Em uma festa cultural como essa, temos a oportunidade de mostrar para todo o mundo a potência de Poconé, através da nossa rica cultura”, defende o presidente do sindicato rural do município, Alindo Márcio Morais.
QUE COMECE A BATALHA!
O espetáculo começa com a entrada dos exércitos, compostos por 12 cavaleiros e seus ajudantes. De um lado, os mouros (com trajes vermelhos) e do outro os cristãos (com trajes azuis).
O sequestro da rainha moura pelos cristãos, no ano de 732, é o estopim que dá início à batalha. O plano, que tinha como objetivo converter o povo ao cristianismo em troca da libertação da rainha, não ocorreu como deveria e desencadeou uma histórica guerra entre os povos.
Com isso, os exércitos começam uma série de provas de argolas, arcos, bastões e bandeiras, que exigem muita rapidez e sagacidade dos envolvidos.