Durante sua viagem, a Expedição Pantanal conheceu não apenas projetos de conservação e pontos de ecoturismo atuantes no bioma, mas teve a honra de mergulhar de cabeça na cultura pantaneira. A cidade de Rio de Verde foi uma agradável surpresa para a nossa equipe, que vivenciou os mais diversos rituais artísticos e culturais enquanto esteve por lá.
Logo na chegada, fomos recepcionados pelo pessoal da Kolping, uma organização que trabalha com a educação das crianças e valorização da cultura regional. Tivemos o prazer de conhecer também a Fazenda Igrejinha, que é o portal do Pantanal. Ao observar a área, é possível perceber a transição do Cerrado para o Pantanal, da planície para o planalto. Uma experiência singular! Por fim, fomos presenteados com uma linda apresentação de música regional da Escola de Música Som do Pantanal, e, durante uma visita pelo Parque Sete Quedas, também assistimos à performance do Grupo de Dança do Instituto Mirim.
Além de admirar os espetáculos e conhecer excelentes instituições regionais, nós fizemos uma verdadeira imersão cultural, ou seja, aprendemos com os habitantes locais sobre as tradições e cultuação de ritos típicos pantaneiros.
IGREJA SÍMBOLO DO PANTANAL
A Igreja Matriz Nossa Senhora Auxiliadora, que fica no Pantanal, é a tradução arquitetônica do quão importantes são os símbolos pantaneiros para o seu povo. Diferente de qualquer igreja ao redor do mundo, ela exalta não apenas os ícones religiosos, mas inclui também diversos signos da cultura pantaneira em sua construção.
Assim como é possível observar na foto abaixo, os anjos são substituídos por Tuiuiús (Jabiru mycteria), que são as aves representantes do bioma. A vegetação também é substituída pelas espécies vegetativas mais comuns da região, além da representação de água abundante na parte de baixo, ressaltando a característica mais forte da maior planície inundável do mundo.
MISSA PANTANEIRA
Super tradicional, a festa costuma acontecer durante o mês de maio e busca resgatar a cultura rioverdense, além de homenagear o pantanal de uma forma singular. A referência surge para festejar o imaginário popular e religioso de quem vive na região, trazendo a cultura pantaneira, violeiros, berrante e o evangelho encenado para enriquecer o evento.
A missa tem início com a entrada dos pantaneiros, acompanhados dos fiéis, ao som de hinos sertanejos entoados pelo coral da igreja matriz. “As músicas tocadas durante a missa são sertanejas de raiz, porém, todas com temática cristã”, ressalta a Assessora especial de Cultura de Rio Verde, Iria Maciak.
O evento faz parte do calendário estadual do projeto Rota Cultural do Pantanal e, além de fortalecer o desenvolvimento econômico e religioso, valoriza a cultura local como artesanato, produção literária e musical.
Para nós, da Expedição Pantanal, foi extremamente engrandecedor conhecer mais de perto essa riqueza cultural. A exaltação das tradições atrai muitos turistas todo ano, promovendo o desenvolvimento econômico e social da cidade, o que nos deixou bastante felizes. É um prazer trabalhar em conjunto com tantas instituições incríveis!