O Mapbiomas tem mudado a forma de acessar os mapas de cobertura e uso da terra do Brasil. Com a riqueza de informações e filtros para direcionar a pesquisa, as pessoas podem fazer recortes específicos no território brasileiro, comparar biomas e tipos de territórios, e até definir cruzamentos detalhados sobre estados ou municípios.
Com dados desde 1985, a plataforma trabalha com todo o conteúdo disponível de forma pública e gratuita, o que possibilita um grande leque de levantamentos e análises pela população, pelas universidades e pelos veículos jornalísticos. Qualquer um pode usar e ver o Brasil de cima.
Tal capacidade da plataforma para a realização de pesquisas tem gerado conteúdos importantes para o embasamento e a aplicação de políticas públicas em diversas áreas. Prova disso são os projetos vencedores do Prêmio MapBiomas, cuja cerimônia aconteceu neste mês de maio. O trabalho escolhido como primeiro colocado, numa parceria de Felipe Nabuco, do Ibama, com Rodrigo Nóbrega, da UFMG, foi sobre como aprimorar a Avaliação de Impactos Ambientais de Sistemas de Transmissão de Energia, ou seja, um uso prático dos dados do Mapbiomas como recurso para análises de licenciamento ambiental no setor elétrico.
No Centro-Oeste, Ana Paula Silvia e Pâmela Assis, da Universidade Federal de Goiás, analisaram a influência das infraestruturas de transporte e energia em Jataí-GO. O trabalho apontou que, se os investimentos na região fizeram surgir melhorias em rodovias e subestações de energia, por outro lado a vegetação nativa que ocupava 35% do município em 1985 foi reduzida para 24% em 2017.
Além desses levantamentos fundamentais para a elaboração de planos de políticas públicas, o MapBiomas também tem influenciado a produção jornalística e o fluxo de informação na área. Por exemplo: uma reportagem recente do G1 aponta que o Brasil desmatou 11% de sua área de floresta entre 1985 e 2017. No recorte por biomas, foi possível observar que o Pantanal perdeu 11% de suas áreas de florestas, proporcional à área verificada em todo o país, principalmente em suas áreas mais elevadas.
Alerta – No próximo dia 7 de junho será lançado o MapBiomas Alerta, um sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetação nativa com imagens de alta resolução. A versão começa com o tema do desmatamento em todos os biomas do Brasil, e nos próximos dois anos irá se expandir para os demais temas citados.
A ideia é gerar uma documentação para alertas que tenha a mesma representatividade que a foto da placa de um carro nas multas de trânsito, aumentando a eficácia nas ações de diversos órgãos. Portando, não se trata de mais um sistema de alertas de desmatamento, mas sim de um esforço para potencializar o melhor uso dos alertas já gerados.
Rede – A SOS Pantanal e a ArcPlan são os responsáveis pela coordenação do bioma Pantanal dentro da plataforma, assim como outras ONGs e universidades tocam o trabalho nas demais áreas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. A iniciativa é fruto de uma rede colaborativa de co-criadores que também inclui empresas de tecnologia. Veja a rede de colaboradores:
Amazônia – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON)
Caatinga – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Geodatin e Associação Plantas do Nordeste (APNE)
Cerrado – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)
Mata Atlântica – Fundação SOS Mata Atlântica e ArcPlan
Pampa – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Pantanal – Instituto SOS Pantanal e ArcPlan
Zona Costeira – Solved e ITV
SFB – Serviço Floresal Brasileiro em Acordos de Cooperacao Técnica