Quando se fala em Pantanal, vem à cabeça o longo bioma que atravessa o sul do Mato
Grosso, o noroeste do Mato Grosso do Sul, e partes dos territórios do Paraguai e da
Bolívia. Dentro do complexo nos limites brasileiros, é possível identificar onze sub-
regiões. Vamos tratar um pouco delas, começando por Porto Murtinho.
Porto Murtinho, no extremo sul do Pantanal brasileiro e portanto colado no Paraguai,
fica abaixo do encontro do rio Nabileque com o rio Paraguai. Ao norte está o rio
Aquidauana, e ao sul fica o Apa.
A área recebeu o nome do município hoje já centenário, que homenageia Joaquim
Murtinho, senador na virada para o século XX durante o governo Campos Sales.
Das onze sub-regiões, Porto Murtinho é a segunda menor, ocupando nem 3% do
Pantanal brasileiro. Inclusive toda a área está dentro apenas do município homônimo,
que é o terceiro mais extenso do Mato Grosso do Sul.
Lá, as inundações atravessam de quatro a seis meses, e a grande atração divulgada na
cidade são as trilhas que rendem belas vistas aos visitantes: o Morro Pão de Açúcar,
que com 550 metros de altura permite que se contemple o Pantanal do Nabileque, o
Pantanal do Chaco e as áreas de limite com o Paraguai; o Fecho dos Morros, um dos
mais altos pontos do rio Paraguai, muito atrativo para pescadores; e o Morro Celina,
na margem paraguaia da descida do rio, onde o olhar traz a impressão de que as
pedras e rochas estão suspensas.
A pesca na região respeita o período da piracema no rio Paraguai, por volta do início
de novembro ao final de fevereiro. Na área estão os mais conhecidos peixes de água
doce do Brasil, como o pintado, ao dourado, o barbado e o pacú.
É também ali na área de Porto Murtinho que passará a Rota Bioceânica, uma ponte
que ligará o lado brasileiro à cidade de Carmelo Peralta, no Paraguai, um novo
escoamento de produtos do Brasil rumo ao Oeste, alcançando o Chile e tendo um
caminho mais curto à Ásia.
Siga acompanhando nosso especial sobre as sub-regiões. Em breve, voltaremos com
mais uma área do Pantanal.