Mais de 30 anos depois de sua estreia, a novela Pantanal volta às telas da televisão brasileira em uma nova versão. A superprodução voltou à planície pantaneira para realizar as gravações, desde então, muitas teorias foram criadas sobre qual região seria escolhida para o remake. Confira essa e outras curiosidades sobre a área escolhida para reviver a história de Juma Marruá (Alanis Guillen) e José Leôncio (Marcos Palmeira).
Uma das mais belas regiões do Pantanal
A escolha da locação não foi surpresa para muitas pessoas, visto que foi a mesma da versão original na novela: a bacia do Rio Negro. A região fica no município de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, está localizada à 200 km da capital Campo Grande e faz parte da microrregião de Nhecolândia (clique aqui para saber mais). O Pantanal é subdividido em 11 microrregiões, e a Nhecolândia é uma delas, sendo a segunda maior.
As belezas do território do Rio Negro são inigualáveis, considerado por muitos, o mais belo de todo o Pantanal. Por lá são encontradas as famosas “salinas”, grandes lagoas naturais de água salobra (com alta concentração de sais).
É nesta região também que está localizado o Parque Estadual Pantanal do Rio Negro. Abrangendo os municípios de Aquidauana e Corumbá, o parque protege ambientes diversificados característicos do Pantanal, como lagoas permanentes, cordilheiras (cordões de matas) e o brejão do Rio Negro, os quais servem de refúgio e fonte de alimento à fauna local. Essas áreas periodicamente inundadas são consideradas berçários para os peixes do Pantanal, com mais de 150 espécies de peixes catalogadas no território da Unidade de Conservação.
O próprio Rio Negro é um espetáculo à parte. Com suas águas escuras devido ao pigmento encontrado nas folhas que caem na água, o rio é perfeito para um banho refrescante no calor pantaneiro, além de ser de uma beleza cênica sem igual. O rio nasce no município de Corguinho – MS e deságua no Rio Paraguai, em Corumbá – MS.
Superprodução
Considerada a novela mais cara da história da Rede Globo, a estrutura mobilizada pela produção justifica esse investimento todo. Foram seis fazendas na região que deram suporte direto para as gravações, sendo que três delas foram usadas como locação, com rio, casas, árvores, descampado, baías e tudo que foi fundamental para as cenas. As outras servem de apoio a produção, seja para hospedagem, para gravação ou almoxarifado, além de algumas outras que dão suporte indireto. Essa estrutura toda abrigou cerca de 150 pessoas, entre produção e elenco. Algumas destas fazendas pertencem ao próprio Almir Sater, que participou da primeira edição e participará desta, junto a seu filho, Gabriel Sater.
A região onde as fazendas estão localizadas fica a cerca de quatro horas de carro da cidade mais próxima, Aquidauana, imersas no Pantanal selvagem. E não é qualquer carro que chega até lá, somente caminhonetes 4×4 conseguem fazer o trajeto (quando não atolam). Além de bastante espaço e pessoas, é preciso uma logística estruturada e organizada para dar conta do recado. Foram necessários 12 caminhões para carregar todo o material de produção, além de 30 caminhonetes 4×4 que ficam à disposição da equipe e do elenco nas fazendas.
Até uma onça-pintada foi parar na frente das câmeras! Uma onça que vive no Instituto Nex, um criadouro conservacionista que cuida de animais que não podem voltar para a natureza, foi levada até o Pantanal para contracenar com os atores em algumas cenas!
Para saber mais sobre essa mega estrutura de produção, clique aqui.
Quais benefícios a novela pode trazer ao Pantanal?
A maior superprodução da teledramaturgia brasileira pode trazer uma atenção mais do que necessária para a maior planície alagável do mundo. Atenção não somente para as causas importantes que precisam ser defendidas no Pantanal, como a conservação do meio ambiente e a prevenção de incêndios, mas também pode gerar um fluxo de turistas para a região. O ecoturismo, quando executado da maneira correta, é uma importante fonte de recursos para a população local, além de uma ótima ferramenta para a conservação da biodiversidade.
Seja muito bem-vinda, “Pantanal”, que essa trama traga bons frutos para o povo e o meio ambiente desse santuário da vida selvagem!
Texto: Gustavo Figueirôa / Biólogo – Diretor de Comunicação do Instituto SOS Pantanal.