Skip to main content

Tamanduá-bandeira: saiba tudo sobre esta espécie que hoje é ameaçada de extinção

SOS PANTANAL Tamanduá-bandeira: saiba tudo sobre esta espécie que hoje é ameaçada de extinção

Uma das grandes estrelas do Pantanal, o tamanduá-bandeira é o maior de todos os tamanduás. Vamos conhecer mais sobre essa espécie tão marcante!

Onde o tamanduá-bandeira habita?

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) ocorre em praticamente toda a América Latina, desde o nordeste da Argentina até Honduras. No Brasil, ocorre em praticamente todo o território nacional, exceto no Pampa (Fontana et al. 2003; houve um registro após 130 anos, confira matéria) e no estado do Rio de Janeiro (Bergallo et al. 2000), e considerado regionalmente extinto no estado do Espírito Santo (Passamani & Mendes 2007).

Características do tamanduá-bandeira

Começando pelo seu nome, é conhecido pelos nomes populares tamanduá-bandeira, tamanduá-açu, jurumim, iurumi. “Tamanduá” deriva do tupi, “tamãdu’á”, que significa “caçador de formiga”. Já o jurumim, também derivado do tupi “yuru’mi”, significa “boca pequena”.

Estas são as principais características que diferenciam o tamanduá-bandeira: um animal com a cabeça pequena e comprida, que se alimenta basicamente de formigas.

Outra característica marcante é sua cauda, grande e peluda, lembrando uma bandeira hasteada, dando origem ao seu nome popular.

O tamanduá-bandeira pode medir entre 97 e 120 cm de comprimento apenas de seu corpo, e a cauda variando entre 65 e 90 cm. Os machos da espécie geralmente são maiores que as fêmeas, variando o peso entre 31,5 e 45 kg.

Sua pelagem é bem característica, apresentando a coloração cinza-acastanhada, uma faixa preta diagonal com bordas brancas, desde o peito até metade do dorso.

O tamanduá possui uma língua bem longa, que pode chegar a 60 cm! Esta característica permite que o animal capture formigas e outros invertebrados, como cupins. Suas patas dianteiras são musculosas, possuindo quatro dedos todos com garras, que são poderosas ferramentas que eles utilizam para abertura de cupinzeiros.

Uma curiosidade é que o tamanduá não possui dentes e sua visão é bem baixa. Seu maior sentido para localizar presas e predadores é o olfato, que é bastante aguçado.

SOS PANTANAL Tamanduá-bandeira: saiba tudo sobre esta espécie que hoje é ameaçada de extinção

As listras branca e preta na lateral do corpo são bem características – Foto: Gustavo Figueirôa

Reprodução

Os tamanduás não possuem época definida para reprodução, podendo ocorrer ao longo do ano todo. A gestação dura, em média, 190 dias, gerando um único filhote por vez. Este filhote é cuidado pela mãe durante aproximadamente 6 meses, que é o período de amamentação. É possível observar o filhote agarrado às costas da mãe, ficando camuflados e protegidos de predadores.

SOS PANTANAL Tamanduá-bandeira: saiba tudo sobre esta espécie que hoje é ameaçada de extinção

Uma mãe tamanduá carregando seu filhote – Foto: Isabella Baroni

Qual a importância do tamanduá-bandeira para a natureza?

O tamanduá-bandeira é uma espécie-chave na cadeia alimentar por diversos motivos, dentre eles:

  • Controle biológico: um tamanduá-bandeira alimenta-se de aproximadamente 30 mil formigas e cupins por dia, sendo um importante controlador das populações destes insetos;
  • Alimento para predadores topo de cadeia: a onça-pintada e a onça-parda podem alimentar-se de um tamanduá;
  • Equilíbrio ecológico: o tamanduá-bandeira desempenha um papel importante no equilíbrio ecológico dos ambientes onde vive.

Conservação e ameaças ao tamanduá-bandeira

O tamanduá-bandeira é classificado como espécie “Vulnerável” à extinção, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN e do Ministério do Meio Ambiente.

Apesar de ocorrer em grande parte da América Latina, os habitats que o tamanduá-bandeira ocorre vem sofrendo muitas ameaças, fazendo com que a população diminua drasticamente. Vamos conferir as principais ameaças que este incrível animal sofre:

SOS PANTANAL Tamanduá-bandeira: saiba tudo sobre esta espécie que hoje é ameaçada de extinção

Colisão veicular é uma das principais causas de morte dos tamanduás – Foto: Isabella Baroni

  • Perda de habitat: pelo menos 30% da população de tamanduás foi perdida nos últimos 30 anos, por conta da degradação dos biomas brasileiros e substituição por pasto, agricultura extensiva e processos de urbanização, em especial o Cerrado, a Mata Atlântica e a Amazônia.
  • Caça: os tamanduás ainda são muito caçados, principalmente por carregarem o estigma popular de que trazem má sorte. Esta é uma visão bastante limitadora e que afeta profundamente a existência deste ser.
  • Intoxicação por agrotóxicos: diversos estudos apontam a redução da população de tamanduás por intoxicação por agrotóxicos aplicados, principalmente, em commodities como milho e soja.
  • Incêndios florestais: os tamanduás tem sofrido extremamente por conta dos incêndios que tem atingido, principalmente, regiões como Cerrado e Pantanal. Projetos dedicados à espécie, como os do Instituto Tamanduá, tem resgatado os indivíduos feridos pelo fogo e trabalhado na reintrodução ao habitat natural.
  • Colisão com veículos: estradas e rodovias seguem sendo uma ameaça aos tamanduás, principalmente, por circularem em alguns períodos em que a visão dos condutores fica reduzida. Além disso, também a crendice de que o animal é sinal de mau agouro propicia que sejam mortos atropelados.
  • Mudanças climáticas: os tamanduás são animais muito delicados quando se fala de mudanças climáticas, pois não toleram grandes variações de temperatura.

Conheça também o trabalho do Instituto Tamanduá, que une esforços para conservação dos Xenarthras.